domingo, agosto 8

Dilma e Hildegard


Zuzu Angel, mãe de Hildegard e Stuart Angel


Duas mulheres brasileiras que nos dão orgulho de ser brasileiros.
Uma lutou contra a ditadura e pela liberdade, deixando um exemplo para a História do Brasil que nos será muito útil na formação de nossos jovens, quando nossos livros escolares começarem a contar a verdade sobre aqueles tempos.
Outra perdeu o irmão, que lutava nas mesmas trincheiras de Dilma, e a mãe, que queria a verdade dos fatos e denunciou tudo pelo mundo afora. Foram mortos pelo terrorismo de estado que se abateu sobre nossa pátria em 31 de março de 1964. Hoje Hildegard luta para que esses crimes não caiam no esquecimento.
Hildegard vem a público agora para pedir que essa mulher, Dilma, que combateu quando era mais fácil ajoelhar-se, seja eleita presidente do Brasil.
Em seu depoimento, Hildegard fala sobre o sentimento de preservação da espécie que tem a mulher. É verdade, e é por isso que programa social sério entrega o dinheiro ou os bens nas mãos delas.
Demonstra também, que ao contrário do que pensam seus detratores, ter participado da resistência armada é mais uma razão para votarmos nela. E Hildegard se emociona quando toca no assunto. E ficamos felizes, nós que estivemos lá, ao ver que Hildegard não perdeu a ternura. Ela chora, nos levando ao choro. Que bom que ainda conseguimos chorar quando falamos de política.
No vídeo, Hildegard prega a importância da memória. O Brasil não se tornou um país sem memória à toa. É mais fácil de dominar, um país que não louva seus heróis ou festeja os heróis errados. Tenho enumerado aqui os nomes de muitos heróis brasileiros, mas hoje só quero falar de duas mulheres.
Dilma e Hildegard, duas mulheres brasileiras que nos dão orgulho de ser brasileiros.

Carlos Eugênio Clemente – 4019
Combatente da Guerra e da Paz

5 comentários:

Maria Claudia Badan Ribeiro disse...

Também vivi uma ditadura mambembe ainda menina, quando a ilusão do milagre econômico não convencia a mais ninguém, e já demonstrava uma fragorosa derrota política, expressa na tentativa dos militares de se perpetuarem no poder, (quando militantes continuavam a ser interrogados nos aeroportos, informantes circulavam nos meios universitários, e a direita, continuava a causar pânico à população como no atentado do Rio Centro por exemplo).
Limitava-me ainda menina a desenhar diabinhos na careca de João Batista Figueiredo insistindo em saber porque haviam tarjas pretas na TV, embora nem sempre tivesse uma resposta muito satisfatória , pois ainda se vivia num ambiente de muito medo. E já havíamos vivido até então, a prisão de um tio-avô no levante de 35 que causou muito pânico a uma família bombardeada pelo ideário religioso e anticomunista. Pois é, ainda criança vi o cortejo da morte de Tancredo Neves, e só mais tarde entendi então, o que significava a troca de poder.Via apenas que nas repartições públicas a fotografia do presidente pregada à parede, sempre me parecia a mesma. E até era, pois a farda demorou muito a ser abolida. Daí talvez, minha intuição de criança...tudo parecia igual...
Então lá ia eu para o sítio de minha avó, chupar jabuticaba, carregando sempre como meu livro de cabeceira, Flicts, do fabuloso Ziraldo.
Entre tantas palestras de Carlos Eugênio, as quais venho assistindo com certa freqüência, e em especial uma que realizou na UFRJ, uma das organizadoras, a quem conheci na ocasião, disse a ele, "nos mobilizamos hoje porque não sentimos o mesmo MEDO SISTÊMICO que vocês". E é muito verdadeiro o que ela disse, em especial vindo de uma jovem e lúcida combatente dos dias de hoje, depois de tantas derrotas e tanto silêncio.
Acredito que é com esse espírito mobilizador encontrado nessa juventude, e me incluo entre eles, pois sou jovem também, que vamos aprofundar nossa democracia. Precisamos também paa isso, usar as ferramentas certas, e apoiarmos de maneira irrestrita todos aqueles que carregam essa causa consigo de forma genuína, como está fazendo Carlos Eugênio, a quem admiro muito como militante e meu companheiro.
Talvez na minha ingenuidade infantil estivesse correta em desenhar chifrinhos em Figueiredo, e não percebia na época a simbologia de Flicts, uma cor solitária que buscava seu lugar no mundo. Pelo menos a leitura de Flicts me ensinou uma lição que levo pela vida afora: não podemos ser uma cor sozinha, refletida como a lua em nós mesmos... 
E são nessas vozes, de homens e mulheres, que vamos construindo o porvir, porque eles nos deixaram o caminho, nos legaram exemplos, e sobretudo, nos ensinaram valores, valores de vida, valores de luta, enfim, nos ensinaram a se levantar na hora certa.

Carlos Eugênio Clemente 4019 disse...

Exatamente porque esse "medo sistêmico" não existe mais nas novas gerações, que os jovens de hoje nos procuram para saber o que realmente aconteceu. É dessa coragem jovem que faremos um Brasil livre da exploração do homem pelo homem e onde seus filhos sejam livres para decidirem do futuro do país.
Carlos Eugênio Clemente - 4019
Combatente da Guerra e da Paz

Unknown disse...

O depoimento da Hilde se enrqieuceu ainda mais com seu post .. È isso aí, se não lutamos , cada um no seu canto e de suam maneira para preservar a memória daqueles tempos, estaremos sendo cumplices daqueles que nos diziam , enquanto nos torturavam, : "esta geração (eles se referiam à nossa) a gente sabe que perdeu mas a proxima é nossa !"
Com depoimentos como o da Hilde, os comentários da Maria Claudia e o seu, estamos contribuindo para que ELES Não tenham acertado nem isso!!
Por isso a importancia dos memoriais tambem..
Um abraço,
Maurice Politi

Carlos Eugênio Clemente 4019 disse...

Agora essa nova geração escapou deles. Vamos ajudar a formá-los com estudo, trabalho e exemplo. Um abração, Politi.
Carlos Eugênio Clemente - 4019
Combatente da Guerra e da Paz

Valéria Martins disse...

Oi, Carlos! Estava na FLIP e voltei ontem. Vou te adicionar no Twitter e FB. Bjs,

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